Minerais
Malaquita e Azurita

A malaquita é um carbonato de cobre, com fórmula química Cu₂CO₃(OH)₂. Suas principais características são: hábito fibroso radiado, formando massas botrioidais ou estalactíticas; pode ocorrer também de forma granular ou terrosa e, raramente, como cristais prismáticos. Sua cor é verde brilhante, às vezes é translúcida. O brilho varia entre adamantino e vítreo nos cristais, enquanto as variedades fibrosas podem apresentar brilho sedoso ou fosco (na forma terrosa). Possui dureza baixa, em torno de 4,0 na escala de Mohs, e deixa um traço verde na porcelana.
A azurita também é um carbonato de cobre, com fórmula química Cu₃(CO₃)₂(OH)₂. Suas principais características são: hábito em cristais prismáticos curtos, agregados botrioidais ou estalactíticos, podendo ainda formar massas compactas ou granulares. Sua cor é azul intenso, com algumas amostras translúcidas; o brilho é vítreo a submetálico nos cristais e sedoso ou opaco nas variedades maciças. Apresenta dureza entre 3,5 e 4,0 na escala de Mohs, com traço azul claro na porcelana.
Ambos os minerais têm origem secundária, formando-se nas zonas oxidadas de veios de cobre, associados a cuprita, cobre nativo, óxidos de ferro e diversos sulfetos de cobre e ferro.
Usos e Importância
Malaquita: Foi um importante minério de cobre no passado, podendo conter até 57% de cobre em sua composição. Explorada desde a pré-história, geralmente ocorre em quantidades menores em depósitos de cobre. Também foi usada como pigmento. Atualmente, é valorizada como pedra decorativa (quase uma gema), com preços elevados, enquanto o cobre passou a ser extraído principalmente de sulfetos e de cobre nativo, de teor mais alto.
Azurita: Assim como a malaquita, já foi fonte de cobre, embora com teor metálico inferior. Seu uso atual é voltado para pigmentos e ornamentos, devido à sua cor vibrante. Foi um pigmento relevante na arte renascentista; hoje, exemplares bem cristalizados são apreciados como peças decorativas, alcançando valores altos.
Por serem carbonatos, tanto a malaquita como a azurita, reagem com ácido clorídrico (HCl), produzindo efervescência. Um mineral semelhante à malaquita é a atacamita (cloreto de cobre, Cu₂Cl(OH)₃), que possui propriedades parecidas mas não reage com HCl.
Esta amostra provém de Bou Beker, distrito mineiro de Touissit-Bou Beker, província de Jerada, região oriental, Marrocos
Pirita

A pirita é um sulfeto de ferro, com fórmula química FeS₂. Suas principais características são: o hábito geralmente em cristais cúbicos, octaédricos ou piritoedros (um sólido formado por 12 faces pentagonais) e, com frequência, apresentam estrias, chamadas estriação triglifa, mas também pode ocorrer em massas granulares, nodulares ou reniformes. Sua cor é amarelo-latão metálico, podendo apresentar iridescência devido à oxidação superficial; o brilho é metálico intenso; é um mineral opaco, não permitindo a passagem de luz. A dureza é relativamente alta, entre 6,0 e 6,5 na escala de Mohs, e seu traço é negro-esverdeado ou marrom-escuro na porcelana.
A pirita é um mineral bastante conhecido e é frequentemente confundida com o ouro devido ao seu brilho metálico e coloração amarelada, por isso é chamada de ouro dos tolos, mas sua dureza elevada é diagnóstica, já que o ouro possui dureza baixa, de 2,5 a 3,0 na escala de Mohs.
A pirita é um mineral primário comum, formado em diversos ambientes geológicos, incluindo: depósitos hidrotermais (veios e disseminações), rochas sedimentares (como em folhelhos e carvão) e rochas metamórficas e ígneas (em pequenas quantidades).
É frequentemente associada a minerais como quartzo, calcopirita, galena e arsenopiritta, com menor frequência ao ouro.
Usos e Importância:
No passado, a pirita foi uma fonte secundária de enxofre para a produção de ácido sulfúrico. Atualmente, seu principal uso é como minério de enxofre na indústrias químicas, embora não seja tão economicamente relevante quanto outros sulfetos. A pirita é valorizada como mineral de coleção, especialmente quando bem cristalizada (cristais cúbicos ou estriados), sendo usada também em joias (embora seja frágil para lapidação). Em alguns casos, a pirita pode conter traços de ouro, tornando-a importante em explorações auríferas.
Reatividade e Alteração:
Por ser um sulfeto, a pirita é instável em condições superficiais, oxidando-se facilmente em contato com o ar e a umidade, produzindo ácido sulfúrico e limonita (um óxido de ferro). Por isso, em depósitos minerais, sua presença pode levar à drenagem ácida de minas (DAM), um problema ambiental significativo.
Fósseis
Trilobita

As trilobitas – cujo nome deriva do exoesqueleto quitinoso dividido em três lobos (um central e dois laterais) – foram artrópodes marinhos que dominaram os oceanos do Paleozoico, vivendo entre 521 e 252 milhões de anos atrás (do Cambriano ao Permiano). A maioria tinha entre 3 e 10 cm, mas algumas espécies (como isotelus rex) chegavam a 80 cm – gigantes para a época. Possuíam o corpo segmentado, patas articuladas e olhos compostos (alguns até com lentes calcárias).
Existem mais de 20.000 espécies descritas, ocupavam diversos nichos ecológicos, desde predadores até detritívoros (animais que comem restos). As Trilobitas desapareceram na Grande Extinção do Permiano (250 milhões de anos), mas seu registro fóssil é um dos mais abundantes do planeta, ajudando cientistas a datar rochas e entender a evolução da vida marinha.
Apesar de parecerem "cascudinhos" do mar, eram mais próximos de crustáceos e aracnídeos do que de insetos atuais.

Esta Trilobita provém do Marrocos, de uma região conhecida como Alto Atlas, onde os fósseis destacam-se pela excelente preservação e são considerados os mais bem preservados já descobertos no mundo. Esta preservação é atribuída ao rápido enterramento dos animais em cinzas vulcânicas.
Curiosidade: Os Pokémon Kabuto e Kabutops têm vários elementos das trilobitas!
Amonite

Os amonites – cujo nome deriva dos "chifres de Amon" (deus egípcio representado por um carneiro, devido à forma espiralada de suas conchas) – foram moluscos cefalópodes marinhos que habitaram os oceanos do Devoniano ao Cretáceo, entre 400 e 65,5 milhões de anos atrás, desaparecendo na extinção Cretáceo-Paleógeno (a mesma que eliminou os dinossauros não-aviários). Estes animais apresentaram uma variedade de tamanhos impressionante, desde espécies minúsculas (2–3 cm) até gigantes como Parapuzosia seppenradensis, que atingia 2,5 metros de diâmetro. Tinham conchas espiraladas (raramente helicoidais ou retas), divididas em câmaras, que podiam se encher de ar ou de água, com uma função hidrostática (como nos submarinos) e um sifúnculo para controle de flutuação (subir ou descer na coluna d’água). Com mais de 10.000 espécies, ocupavam desde águas costeiras até o oceano aberto, sendo predadores ágeis (parentes ancestrais dos polvos e lulas).
Desapareceram abruptamente no evento Cretáceo-Paleógeno, sendo esta importante extinção devida a combinação entre o impacto de asteroide com eventos mundiais de vulcanismo. Os Amonites são fósseis-guia essenciais para datar rochas do Mesozoico. Hoje, suas conchas são colecionadas e estudadas como janelas para a evolução marinha.
Esta amostra provém da região de Erfoud, no Deserto do Saara, Marrocos. É um exemplo maravilhoso de fossilização, pois a concha original foi parcialmente substituída por opala.

Curiosidades: Apesar de extintos, seus "primos" modernos (como o náutilo) ainda carregam traços de sua incrível adaptação! Você sabia que os Amonites inspiraram os Pokémons Omanyte e Omastar?
Garra de Megatério (Preguiça Gigante)

O megatério (m egatherium americanum) – cujo nome significa "besta gigante" – foi um mamífero desdentado (da ordem Pilosa), parente das modernas preguiças, porém maior que um elefante. Viveu durante o Pleistoceno, entre 2 milhões e 11 mil anos atrás, e desapareceu na extinção do Quaternário, que eliminou grande parte da megafauna americana. Estes animais podiam medir até 6 metros de altura (quando eretos) e pesavam 4 toneladas, sendo uma das maiores preguiças terrestres que já existiram.
Possuíam garras dianteiras enormes (como a do fóssil representado), adaptadas para cavar, derrubar árvores ou se defender. Seus membros eram robustos, com articulações reforçadas para suportar seu peso. Apesar de seu tamanho, as preguiças gigantes eram herbívoras, mas análises biomecânicas dos fósseis sugerem que poderiam ser onívoros oportunistas, usando suas garras para escavar raízes ou até mesmo caçar pequenos animais.
A garra dianteira do Megatério representada aqui, em geral, é encontrada em sedimentos do Pleistoceno na América do Sul e é um dos fósseis mais icônicos desse animal. Estas garras podem medir até 30 cm de comprimento, eram formadas por osso revestido por um córneo (como unhas gigantes). Serviam para arrancar vegetação, escalar ou cavar as famosas paleotocas, mas também poderiam ser usadas em defesa contra predadores (como Smilodon, o tigre-dentes-de-sabre).

As preguiças gigantes desapareceram no final do Pleistoceno, possivelmente devido a mudanças climáticas e à caça por humanos (que chegaram às Américas nessa época). Seus fósseis são cruciais para entender a evolução dos xenartros (grupo que inclui tatus e preguiças).
A amostra aqui representada pertence ao acervo do Museu de Ciências Naturais de Porto Alegre.
Curiosidade: O personagem Sid da série “A Era do Gelo” é uma preguiça gigante, e está retratado de uma forma incorreta, pois ele é o maior do grupo de amigos representados no filme.
Vanadinita

A vanadinita é um clorovanadato de chumbo, com fórmula química Pb5Cl(VO4)3. Suas principais características são: a cor vermelho, vermelho-alaranjado, castanho e amarelo; é transparente a translúcida, com brilho resinoso a adamantino; possui dureza 6,9 na escala de Mohs; com hábito prismático ou globular. A vanadinita é um mineral raro de origem secundária, sendo encontrado na porção oxidada dos veios de chumbo, em depósitos chamados supergênicos (são os depósitos que se formam a partir de alterações físicas e químicas das rochas submetidas a alterações), associado a outros minerais de chumbo. A vanadinita é um mineral fonte do vanádio. Esse elemento é utilizado na fabricação de aços, em ligas metálicas para aumentar a dureza do aço, tendo também a utilização na indústria química, como por exemplo, na obtenção do pigmento ácido metavanádico, e na petroquímica. Esse exemplar provém do distrito mineiro de Mibladen, província de Midelt, região de Draa-Tafilalet, Marrocos.
Pirolusita

A pirolusita é um dióxido de manganês, com fórmula química MnO2. Suas principais características são: a cor preta, com brilho metálico; dureza muito baixa, de 1 a 2 na escala de Mohs, por isso suja os dedos; apresenta traço preto na porcelana; tem hábito fibroso, podendo ocorrer como colunas radiadas, mas também pode ser maciça, dendrítica ou reniforme (como cachos de uva). É um mineral comum, em geral, de origem secundária, formado a partir de rochas primárias (como os basaltos), cujos minerais possuem um pouco de manganês, e esse se concentra no processo de alteração nos chamados depósitos supergênicos. A pirolusita é um importante constituinte dos nódulos polimetálicos que ocorrem no fundo do mar. A pirolusita é minério de manganês mais importante, podendo conter até 63% manganês. Este elemento é empregado principalmente na produção do aço, que utiliza 1,5% de manganês em relação ao minério de ferro. Também é matéria-prima para fabricação de baterias elétricas, vidros, fotografias, produtos químicos e vários outros produtos. Essa amostra provém Espigão do Oeste, em Rondônia. Uma curiosidade sobre a pirolusita, ela apresenta efervescência quando em contato com a água oxigenada (peróxido de hidrogênio).
Opala

A opala é um material geológico do grupo da sílica, o mesmo do quartzo, ágata e ônix, com fórmula geral SiO2.nh3O. Porém ela não é um mineral, é um mineralóide, já que ela não possui estrutura cristalina definida, um dos pré-requisitos para ser classificada como mineral. A opala é uma variedade de sílica hidratada que possui cor variável, podendo ser incolor, branca, com matizes pálidos do amarelo, vermelho, castanho, verde, cinza e azul. Quando apresenta jogo de cores, que é um efeito ótico que dá à pedra reflexos irisados, ela se torna uma gema (pedra preciosa) onde se destacam variedades como a opala, com cores esbranquiçadas e azuladas (como esta amostra); ou alaranjada, a opala-de-fogo. Possui dureza entre 5 e 6 na escala de Mohs; ocorre maciça, muitas vezes botrioidal, estalactítica, ou até mesmo substituindo fósseis; possui brilho vítreo; é transparente a translúcida e possui fratura conchoidal. Ela ocorrer revestindo e preenchendo cavidades nas rochas ígneas.
Turmalina

Os minerais do grupo da turmalina são silicatos de boro e alumínio, com composição variável devido às substituições que podem ocorrer na sua estrutura. A turmalina tem como fórmula geral: (Na,Ca)(Li,Mg,Al)3(Al,Fe,Mn)6(BO3)3(Si6O18)(OH)4.Os elementos que comumente participam das substituições são o Fe, o Mg, o Na, o Ca e o Li. As turmalinas exibem hábito prismático, variando de cristais longos e delgados, a colunares grossos, com seção basal triangular arredondada que é diagnóstica para esse grupo de minerais; apresentam dureza 7 a 7,5 na escala de Mohs. São transparentes a opacas, com brilho vítreo e exibem estrias verticais bem marcadas que ajudam a identificá-las. As turmalinas são classificadas em função da sua cor: dravita que é castanha; schorlita é preta; elbaíta é verde; rubelita é rosa; indicolita é azul escuro; acroíta é incolor, entre outras. Ocorrem variedades bicolores, a mais conhecida é a turmalina melancia, cujas cores são rosa no interior do cristal e verde na parte externa. Há um tipo de turmalina muito valiosa, a turmalina Paraíba, de um azul-claro intenso (chamado no comércio de azul neon, azul fluorescente ou azul elétrico). As turmalinas ocorrem em geral associadas aos pegmatitos graníticos e nas rochas que circundam esses depósitos. Também como mineral acessório nas rochas ígneas e metamórficas (gnaisses e xistos). São usadas não só como gema, mas também em aparelhos de rádio, instrumentos ópticos e em medidores de pressão piezoelétricos. Esta amostra é uma schorlita proveniente de Minas Gerais.