Mineral, Rocha ou Pedra?

Em linguagem popular pedra é o termo genérico utilizado para denominar todo componente sólido da crosta terrestre. Em geologia o termo utilizado para denominar este material é rocha ou mineral. O uso do termo pedra pode desagradar alguns geólogos, pois cada setor profissional tem seu linguajar específico e é importante o correto emprego da terminologia especializada. Porém o uso da palavra pedra não está incorreto, já que os geólogos empregam com frequência o termo pedra preciosa ou simplesmente pedra.

As palavras pedra, rocha e mineral são conhecidas, mas nem todos sabem claramente o que são minerais e rochas. Assim, estas definições serão abordadas a seguir.

As Rochas

As rochas são agregados naturais formados por um ou mais minerais, inclusive vidro vulcânico e matéria orgânica (que são mineralóides), que constituem parte essencial da crosta terrestre. Como exemplos, citam-se os granitos, que são rochas formadas por vários minerais (entre eles quartzo, feldspatos e micas); os mármores, em geral formados unicamente por carbonatos; o carvão mineral que é uma rocha formada por matéria orgânica, que é um mineralóide.

Assim observa-se que há rochas monominerálicas, ou seja, aquelas que são formadas por um único mineral (calcários, quartzitos, arenitos, etc.). Nesses casos, a distinção entre rocha e mineral não é tão clara, como no lápis-lazúli, que é uma gema, mas é uma rocha e não um mineral. São três os principais tipos de rochas, divididas de acordo com o ambiente geológico em que foram geradas:

  • Rochas ígneas ou magmáticas
  • Rochas sedimentares
  • Rochas metamórficas

As rochas Ígneas são aquelas que provém da consolidação do magma. Uma rocha ígnea expressa as condições geológicas em que se formou graças a sua textura, podendo assim ser dividida em plutônicas e vulcânicas. As plutônicas ou intrusivas formam-se pela consolidação do magma em profundidade, com decréscimo lento da temperatura (ex.:granito e gabro). Já as vulcânicas ou extrusivas são formadas pela consolidação do magma em superfície, com decréscimo rápido da temperatura (ex.:riolito e basalto).

As rochas sedimentares são aquelas formadas a partir do material originado da destruição erosiva de qualquer tipo de rocha. Este material é transportado e depositado ou precipitado em um dos ambientes de sedimentação da superfície terrestre e é posteriormente consolidado por processos geológicos diagenéticos. Ex.: arenito, formado a partir de areias.

As rochas metamórficas são aquelas formadas através do metamorfismo que é o processo pelo qual rochas ígneas, sedimentares e mesmo metamórficas sofrem transformações na composição mineralógica, textura e estrutura. Estas transformações ocorrem porque as rochas são levadas, por processos geológicos, a condições diferentes daquelas em que foram geradas.

Estes tipos diferentes de rochas são reconhecidas em função da textura, estrutura e mineralogia. A textura é a relação entre os grãos dos minerais que formam a rocha, como forma e tamanho dos grãos. A estrutura é a relação entre as diferentes partes da rocha, em estruturas como bandamento, orientação de minerais, amígdalas, dobras, etc. A mineralogia diz respeito aos os diferentes minerais que compõem as rochas. Cada rocha tem um grupo de minerais determinado que lhe é característico, por exemplo, basaltos são formados por feldspatos e máficos, o arenito por grãos de quartzo, o xisto por micas, e assim por diante.

Os Minerais

Mineral é todo corpo ou substância homogênea, natural, resultante de processos inorgânicos, que apresenta uma composição química definida dentro de limites determinados, uma estrutura cristalina e, consequentemente, propriedades físicas e químicas características. Os minerais podem ser elementos, por exemplo o diamante (C), ou compostos químicos, por exemplo o quartzo (SiO2). Os minerais podem ser reconhecidos em função de um conjunto de propriedades, entre elas destacam-se:

Hábito: é a forma exterior ou aparência do mineral. Os termos usados para designar o hábito são descritivos: prismático, acicular (na forma de agulhas), lamelar (como lamelas) etc.

Natrolita acicular, esmeralda colunar e muscovita lamentar

Cor: é uma das propriedades mais importantes dos minerais. Resulta da absorção seletiva de certos comprimentos de onda da luz. A cor depende da composição química, sendo determinada pela presença de elementos como o manganês que dá uma coloração rosada aos minerais, o cobre com tons esverdeados e o tiânio com avermelhados.

Espinélio, azurita e malaquita

Brilho: chama-se brilho a aparência geral da superfície de um mineral à luz refletida. O brilho dos minerais divide-se em metálico, submetálico e não-metálico.

Dureza: a dureza de um mineral é a resistência que sua superfície oferece ao risco. A dureza é uma propriedade que varia de 1, do talco, até a dureza 10, do diamante.

Clivagem: clivagem é a tendência de um mineral partir-se ao longo de uma ou mais direções dos cristais, refletindo planos de fraqueza da estrutura. Em uma espécie mineral a clivagem é uma propriedade constante, um exemplo são as micas que partem-se em lamelas paralelas e o quartzo que não possui clivagem.

A partir do reconhecimento destas propriedades e a comparação dos resultados em livros de mineralogia é possível fazer o diagnóstico do mineral estudado.

Densidade relativa: é gravidade específica (d ou G). A densidade de um mineral é o número que exprime a relação entre o seu peso e o seu volume igual a água a 4oC, normalmente é medida com balanças especiais (balança de Jolly, de Berman, de braço). A densidade depende da composição química e da estrutura do mineral.